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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Realidades

Por Amanda Leal


Acordo de um sonho esquisito, levanto da cama e meu coração bate a mil por hora. Nele meus amigos morriam com vários tiros  dentro de um prédio residencial que virava uma casa de festas infantis. Homens armados entravam e atiravam em todo mundo. Não tinham medo de mostrar o rosto e também não tinham misericórdia.

 Eu escutava tudo de dentro de um armário. Ficava ali por horas esperando que ninguém me visse, mas eu tinha mesmo um papel invisível naquilo tudo. Meu papel era assistir ao sonho e narrá-lo pra quem eu encontrasse depois.

No fim, quando já estavam todos mortos, a polícia aparecia e matava os bandidos. Parte do sonho em que (com certeza) fui influenciada pela minha paixão por séries policiais.  Os corpos de bandidos e vítimas ali no chão e eu passando como uma mulher invisível entre eles, carregando a mesma sensação de tristeza que milhões de famílias brasileiras já sentiram nessa vida. Sem ao menos eu ter passado por isso.



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Um comentário:

  1. Bem profundo, uma tristeza que cada dia mais faz parte do nosso cotidiano.Não podemos permitir que o ser humano se acostume c/a dor e a perda ...que a vida vire NADA....

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