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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Amadurecimento

Por Bernardo Sardinha

O garçom que paguei para servir os convidados estava sentado brincando com as fitas rosas da mesa enquanto fumava seu cigarrinho, e eu, não podia nem brigar com ele. Não havia ninguém para servir. Afastada da música alta da festa, minha esposa dava um telefonema atrás do outro utilizando sua voz melodiosa, aquela que usa quando quer ser simpática com estranhos, mas toda vez que desligava, seu rosto perdia a cor.

- Ninguém vem... - sussurrou no meu ouvido.

- Meu deus, quais são as desculpas deles?

- Todas! Inventam todo tipo de mentira... Apenas a mãe da Ju foi sincera e disse que ela não queria vir. Vai lá e fala com ela...
           
Mesmo após duas horas da hora marcada para começar sua festinha, minha filha continuava no parapeito do play esperando seus amiguinhos da escola chegarem. Ela esfrega as mãozinhas uma na outra, ansiosa, atenta a qualquer movimento de carro na rua.

- Filha... Que tal...Deixar isso aqui e abrir os presentes lá em casa? - eu disse, fazendo o meu melhor para que isso parecesse uma ótima ideia.

Prendendo o choro ela acenou que sim.  


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