O garçom que paguei para
servir os convidados estava sentado brincando com as fitas rosas da mesa
enquanto fumava seu cigarrinho, e eu, não podia nem brigar com ele. Não havia
ninguém para servir. Afastada da música alta da festa, minha esposa dava um
telefonema atrás do outro utilizando sua voz melodiosa, aquela que usa quando
quer ser simpática com estranhos, mas toda vez que desligava, seu rosto perdia
a cor.
-
Ninguém vem... - sussurrou no meu ouvido.
-
Meu deus, quais são as desculpas deles?
-
Todas! Inventam todo tipo de mentira... Apenas a mãe da Ju foi sincera e disse
que ela não queria vir. Vai lá e fala com ela...
Mesmo após duas horas da hora
marcada para começar sua festinha, minha filha continuava no parapeito do play
esperando seus amiguinhos da escola chegarem. Ela esfrega as mãozinhas uma na
outra, ansiosa, atenta a qualquer movimento de carro na rua.
-
Filha... Que tal...Deixar isso aqui e abrir os presentes lá em casa? - eu
disse, fazendo o meu melhor para que isso parecesse uma ótima ideia.
Prendendo
o choro ela acenou que sim.
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