Está quente lá fora. Sentei na frente
do computador e nada me sai. Sem ideias,
sem saber por onde começar. O branco da tela ilumina o meu rosto e as páginas
do meu dia. Nenhuma ligação no celular, nenhuma certeza, nenhum assunto.
Ouço uma música que toca lá longe, me
lembra a nossa. Agora ela parece tão distante de mim, tão vazia, mas cheia de
significado e lembranças. Meu branco. Meu vazio.
Só queria poder escrever tudo o que
não consegui te dizer ontem e mesmo que essa carta nunca chegasse até você, ao
menos sairia de mim. Minhas mãos não se mexem, nada sai. Branco no papel em
branco.
As quatro da tarde a campainha toca e
penso: - Será novamente a chata do 302
falando do vazamento? Corro para entender, esbarro na escrivaninha e derrubo um
copo de água. Ele quebra. Vou espumando de raiva para abrir a porta e quando
vejo ali está você. Me quebro toda por dentro, me derreto por fora. Me esquento
e sinto frio ao mesmo tempo.
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