Por Danilo Marcks
Os dois na
sala de um apartamento portenho, depois de um ano:
A - A gente nunca
consegue se despedir de fato.
B - Bobo! Você é muito dramático!
A - É verdade!
Quantas despedidas a gente já fez? (Pausa) Cinco, seis, dez?
B- Que importa
agora?
A- Importa que
essa pode ser a última.
B- Mas nunca é.
A - Mas pode
ser
B - Nunca foi
A - Eu sei,
mas essa pode ser.
B - Por que
você acha isso?
A - Porque eu
sempre acho que é a última.
B - Viu.
Drama. Você sempre acha que é a última
A - E se for?
B - O que?
A - A última
B - Nunca vai
ser. Não pensa que é uma despedia. Pensa que é um até breve.
A - Mas eu
queria que fosse uma despedida!
B - Viu?! Drama!
A - Não é drama. E só uma questão de...
B - De quê?
A - De…
B - De drama!
A - Para! Eu
não sou dramático.
B - Claro que
é. Você tá fazendo um puta drama. Você quer que seja e quer pensar que é uma
despedida pelo simples fato de que uma despedida é muito mais dramática e
potencialmente teatral do que um simples até breve. Você prefere um adeus que
não é, do que um até logo que verdadeiramente é. É ou não é?
A - Tá. É!
B – Viu!
A – Tá. E como
a gente faz?
B - Faz quê?
A - Como a
gente faz com essa despedida que não é despedida, que é um até logo e que eu
não quero que seja?
B - Meu deus
do céu! Não tem que fazer nada. Eu vou dizer até logo, você vai dizer até logo
e pronto! Sem mais, nem menos.
A - Assim, sem
drama?
B - Você quer
drama?(Pausa). Tá bom. Olha, eu não quero ver você nunca mais na vida! Essa é
uma despedida final. Vai viver a sua vida! Eu a minha. Não me procure mais. Não
quero mais nenhum encontro e não quero notícias suas! Me esquece. Até nunca. Adeus.
O outro chora.
Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Danilo Marcks e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização do autor. Entre em contato conosco para maiores informações.
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