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sábado, 25 de janeiro de 2014

O Mercador de um Olho Só

Por Rodrigo Amém

Acanhado e tosco, inacabado e pestilento, segue a pé, sob o relento, o mercador de um olho só. Manca e arfa. Quase canta, quase dança, o mercador de um olho só.
Viajantes e prostitutas, soldados e assassinos, são os clientes favoritos do mercador de um olho só. O povo que para, que pede e implora, que grita e que chora, procura e que acha o mercador de um olho só.
De sua bolsa de couro, as coisas que tira, os males que sara, as vidas que vira, as preces que ora, as peças que prega, as pragas que roga o mercador de um olho só. Quem escuta seus versos, segue seus passos, compra seus frascos, aplaude animado as profecias e mágicas do mercador de um olho só.
No caminho de casa, mulheres e homens, crianças e velhos, comentam e falam dos feitos e fatos do mercador de um olho só. E dormem tranquilos, sonham sorrindo: “Um dia, quem sabe. Serei mercador. Terei um olho. Só.”

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