Por Bernardo Sardinha
Um
sonho louco. Um sonho simples. Um sonho impossível de ser realizado, mas que
vale a pena. O sonho? Comer todas as mulheres do mundo. E, para ele, o carnaval
era a época onde o sonho, não parecia tão impossível.
Organizou
em uma planilha Excel um roteiro dos melhores blocos. O que ele chama de blocos
classe A (onde há uma boa proporção homem/mulher) e para cada um, bolou uma
fantasia diferente.
No primeiro dia de carnaval começaria sua
maratona vestido de bombeiro, meio dia era a vez de se vestir de Rambo e a
tarde era a hora de colocar a “batina”. O esquema de fantasias rotativas já
tinha sido testado com sucesso no carnaval do ano passado. Assim, ele ficava
sempre cheiroso, com aparência de limpo e estaria devidamente disfarçado caso
esbarrasse com um “affair” de outro
bloco.
Terceiro
e último bloco classe A do dia. Com sucesso parcial nos outros (pegou mas não
“finalizou”), estava bastante confiante. Sua primeira vítima seria uma loirinha
vestida de fada e antes de falar com ela sentiu um frio na barriga.
Chegou
nela e após vinte minutos, estava com a língua dela na sua boca.
-
Rambo? – disse ela após o beijo.
-
Perdão?
-
Sou eu! A coelhinha? Não lembra? Você estava de Rambo agora no Suvaco do Cristo
e eu de Coelhinha!
O que dizer em uma situação dessas? Ele apenas
deu um sorriso amarelo como a camisa da seleção.
- Eu
troco de fantasia para fugir dos chatos que fiquei dos outros blocos.
O
cupido foi rápido e irônico. Não foi amor a primeira vista, foi amor no segundo
bloco.
Naquele carnaval o sonho acabou.
Amor
é algo estranho.
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