Por Bernardo Sardinha
No frescão a caminho para o
trabalho, uma dor no peito. Afrouxou a gravata e com a mão trêmula, limpou o
suor da testa. Respirou fundo. Nervoso, o celular escorregou pelos dedos, se
espatifou no chão e chance de ligar para alguém querido e dizer algumas últimas
palavras se foi. Podiam ser um "socorro" rasgado e desesperado, ou
sussurrar um "Sempre te amei" melancólico.
Os passageiros perceberam o que estava
ocorrendo e houve uma angústia ar. Uma moça levou a mão ao rosto e lá no fundo
do ônibus um sujeito disse: "- Que maneira de começar o dia". Através
do vidro fumê daquela condução, a última paisagem: um dia de sol da praia da
Barra da Tijuca. Friamente calculou que não aguentaria até São Conrado. Suas
costas estão suadas e sem forças, fechou os olhos pensando que nunca mais iria abri-los,
foi aí que acordou do sonho mais realista que teve na vida.
A cama está melada de suor e
você começa a se perguntar se realmente acordou, ou morreu e sua consciência
parou ali. Depois disso, fechar os olhos para dormir e o gosto do cigarro,
nunca mais foram a mesma coisa.
Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Bernardo Sardinha e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização do autor. Entre em contato conosco para maiores informações.
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