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domingo, 16 de fevereiro de 2014

“Para... que ele parou”

Por Halliny Lima

E ouvindo aquela história
Entre vários sorrisos e algumas pausas
Me veio Marrom...
"É, você é um negão de tirar o chapéu
Não posso dar mole se não... você..."
Ui!
Ela dizia que era um palhaço
Em cada perna, um filho
Mais outro no pescoço
E ainda no colo
Enrosco
A pequena.
Amor Infantil
De lá de trás, surgiu
Entre bilhetinhos e beijos roubados
E do Chevette do pai, desviados
E com a maturidade
Filhos
Veio o dia
Aquele há 11 anos
Na rua
Sensação ainda crua
Quando soube.
Tinha 30
Menino demais
O coração cansou
Parou de bater
Foram 120 dias
Coma
Ela sumiu quando viu
Ele
Assim
Longe
E mais perto ainda ficou
Dele
Retorno pro lar
Crianças esperando quase como se fosse Natal
Sem Noel
Só Papai
Expectativa quebrada
Ambulância chegada
Parou o tempo
Ali quase não era mais
Ele
Só o que tinha ficado
Dele
E num dia qualquer
Como se quisesse sair
Como se quisesse voar
Voou
Passarinho amoleceu os braços
Dantes rígidos
Ajeitou as penas
Entre uma respiração e outra
E ela escutou:
“Para...
que ele parou”
E foi
Se foi
Ela já era
Não era mais dele
Nem dela
As crianças...
Viram as luzes do Natal
Apagarem-se
Despedindo-se daquele Papai
Só daquele...



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