Por Halliny Lima
E ouvindo aquela
história
Entre vários sorrisos
e algumas pausas
Me veio Marrom...
"É, você
é um negão de tirar o chapéu
Não posso
dar mole se não... você..."
Ui!
Ela dizia que era um
palhaço
Em cada perna, um
filho
Mais outro no pescoço
E ainda no colo
Enrosco
A pequena.
Amor Infantil
De lá de trás, surgiu
Entre bilhetinhos e
beijos roubados
E do Chevette do pai,
desviados
E com a maturidade
Filhos
Veio o dia
Aquele há 11 anos
Na rua
Sensação ainda crua
Quando soube.
Tinha 30
Menino demais
O coração cansou
Parou de bater
Foram 120 dias
Coma
Ela sumiu quando viu
Ele
Assim
Longe
E mais perto ainda
ficou
Dele
Retorno pro lar
Crianças esperando
quase como se fosse Natal
Sem Noel
Só Papai
Expectativa quebrada
Ambulância chegada
Parou o tempo
Ali quase não era
mais
Ele
Só o que tinha ficado
Dele
E num dia qualquer
Como se quisesse sair
Como se quisesse voar
Voou
Passarinho amoleceu
os braços
Dantes rígidos
Ajeitou as penas
Entre uma respiração
e outra
E ela escutou:
“Para...
que ele parou”
E foi
Se foi
Ela já era
Não era mais dele
Nem dela
As crianças...
Viram as luzes do
Natal
Apagarem-se
Despedindo-se daquele
Papai
Só daquele...Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Halliny Lima e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização da autora. Entre em contato conosco para maiores informações.
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