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terça-feira, 15 de abril de 2014

E qual é a razão, então?

Por Rec Haddock

Aquela maldita pergunta ficava martelando na minha cabeça. Ela não estava anotada no meu caderno, e eu não tinha uma resposta imediata pra ela. Eu normalmente tenho uma resposta imediata pra tudo.
É fato que o armazenamento da memória e das conquistas da humanidade se tornou muito mais difícil com tanta tecnologia à disposição. O armazenamento virtual não é nada além de desinformação, com tanto conteúdo armazenado simultaneamente.
Com o tempo absolutamente qualquer coisa se perde. Se a causa mortis não for um vírus de computador, pode ser uma bomba atômica, mas pode-se ter certeza de que a memória é a mais perecível das formas de imortalidade, e ela é a única que a gente verdadeiramente tem.
Tendo em vista que não há legado a salvo, eu realmente não faço ideia de qual possa ser a resposta. Acho que me mantenho de pé e sigo em frente, exclusivamente por inércia. Se realmente se quer, se dá um jeito de continuar. Se não se quer, realmente, dá-se uma desculpa.
Ou, talvez, eu seja, simplesmente, covarde demais para aceitar a inexorabilidade do meu destino vazio, e parar para encará-lo. Então eu sigo.
Talvez não haja razão.

Mas nem tudo precisa ser racional.


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