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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ainda aprendendo sobre este mundo cão

Por Amanda Leal

Hoje acordei com uma sensação de morte. Uma angústia, uma vontade de chorar, um nó dentro do peito. Uma pena. De não sei o quê. De não sei de quem. Até tive pesadelos á noite. Claro que tive, mas não foi só por isso que acordei assim. Não foi só por causa da ficção do meu sonho. Essa sensação é real.

Ontem também não foi o melhor dia da minha vida. Nem sei se amanhã será. Tenho percebido que amadurecer tem dessas coisas, você abre os olhos para o mundo e enxerga o quão cruel ele pode ser. Com você. Com os outros. A gente vai começando a abrir os olhos e encosta num monte de trecos que antes nem percebia, nem sabia que existia.

Tenho aprendido a viver contente. Se você parar para pensar que existem pessoas numa situação pior que a sua, que o seu reclamar pode ser muito pequeno perto da realidade de outras, você pode estar na mesma situação que eu. Pode estar amadurecendo e aprendendo a lidar com as pequenas coisas da melhor forma. A dar valor ao que tem. A degustar ao invés de simplesmente engolir. Sabendo aprender com cada situação, seja boa, seja má.

Sinto meu peito apertado. Não paro de pensar em algumas pessoas específicas. Sinto que elas também pensam em mim. Você já sentiu isso? É muito louco. A vontade de chorar se aloja na minha garganta, mas não tenho motivos para o choro. Por quem chorarei? Por mim? Por eles? Por ele? Tudo é indefinido.

Ontem eu li uma passagem num livro e dizia que precisamos colocar limites no nosso amor. Amor não só no sentido passional. Amor no geral, amor com o próximo. Sabe, ás vezes nos pegamos cobrando que as pessoas nos amem incondicionalmente, ou fazemos de tudo por alguém já esperando que essa pessoa nos retribua. Ontem a ficha caiu. Amadurecer foi também entender que não preciso ser o centro das atenções e não preciso de pessoas que me amem incondicionalmente. Preciso de ao menos uma que me ame de verdade. E posso simplesmente fazer, sem querer nada em troca.

De ontem pra hoje eu cresci uns 10 anos. Foi preciso ler esse trecho para constatar. Para entender que eu já não pensava como há dois meses atrás. Que muita coisa tinha mudado dentro de mim. E se eu tivesse lido esse trecho antes? Acho que não o teria entendido.

 É impressionante como um dia qualquer pode se tornar inesquecível. Simplesmente um dia qualquer Deus te pega pela mão e te sacode, te acorda pra vida. Acho que vou lembrar de hoje pra sempre. Por quê? Porque aprendi mais uma coisa que vou levar pra vida toda. São de poucos dias assim que lembro nessa vida. Até agora.

A sensação continua, mas eu acho e acredito fielmente que uma hora vai passar. Talvez passe depois do lanche da tarde, depois de um café bem quente e forte. Bem, ao menos minhas dores de cabeça passam assim. Ou depois de uma conversa boba com uma amiga que acaba de chegar.  A verdade é que não passa. Não passou. E o telefone tocou. Ele partiu. Não me era tão chegado. Eu não era tão ligada. Só que eu senti. Senti que ele estava indo embora. Talvez Deus quis que eu soubesse disso. Soubesse para poder apreciar cada momento em que ainda estou aqui. 

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