Por Bernardo Sardinha
Todo dia, ao chegar
em casa, uma cartinha diferente a esperava no chão. Todo dia era uma carta de
amor, onde o remetente dizia que ia se matar por não a ter ao lado dele. Todo
dia era uma ameaça de suicídio diferente. Todo. Dia.
Então, cansada, ela foi à papelaria e
comprou o papel de carta mais bonito que encontrou, umas canetinhas coloridas e
um envelope cheio de gueri gueri. Escreveu, então, em letra de forma: "Vê
se morre logo." E enviou para o Romeu apaixonado.
As cartas de amor/suicídio pararam.
Passou segunda-feira, terça, quarta e quinta. Um mês e ela começou a ficar
preocupada. Fuçou sua rede social e não encontrou o perfil dele. Procurou
informações entre os amigos em comum e não encontrou nada sobre o paradeiro do
suicida.
Cheia de culpa, decidiu, após o
trabalho, ir a casa dele e ver se estava tudo bem. Tocou a campainha e o
sonso abriu a porta com um meio sorriso no rosto e após suspirar aliviada ela
gritou: - "Seu filha da puta!" virou de costas e foi embora.
Romeu só ria.
Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Bernardo Sardinha e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização do autor. Entre em contato conosco para maiores informações.
Os comentários postados abaixo são abertos ao público e não expressam a opinião do blog e de seus autores.
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