Cada dia da nossa vida é de um jeito. Sem regras ou com regras.
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Síndrome de escritor

Por Rec Haddock


Não iria sobrar nada. Quem o vê deitado de barriga pra cima, os olhos semicerrados, não pode imaginar o mar que ele acalma por dentro. Ele se levanta e escala a pedra sem dificuldades. Aquele é o melhor ponto de Santa Cruz de Cabrália para ver o pôr do sol. Com o mar quebrando intranquilo ali embaixo, sem ninguém à sua espera, ele pode decidir se fica plantado naquele lugar, ou se pula em meio às ondas. Não iria sobrar nada. Deve ser ruim morrer assim. Ele pensa que sabe alguma coisa, mas não sabe porra nenhuma. Ele está perdido, sem pistas novas, nem mesmo se diverte. Ele está brincando consigo mesmo, com essas fugas e reaparições desconexas e, ao mesmo tempo, não. Está levando tudo muito a sério. Como se a sua própria vida estivesse em jogo.




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