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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Pragmática. No fim, até a morte é cartesiana.

Por Rec Haddock 

É sabido que um ator famoso tirou a própria vida, recentemente. A família encontrou um texto que ele escrevera antes e depois de morrer, que veio parar em minhas mãos. Publico-o em respeito aos fãs, e à vontade do artista, que parece ter o escrito para que estes o lessem. O texto dizia o seguinte:

Ficam-se o tempo todo se perguntando o sentido da vida, e não o acham, no entanto. Até o fim. E quando cada um chega ao fim (a luz de plateia acende, revelando um espelho no fundo do palco, onde a plateia se vê.) vê uma multidão de pessoas às suas costas. Uma multidão que não vale nada. Todas as pessoas que você foi e já deixou pra trás. Todas as pessoas escrotas que você foi, que gostariam de ser outras pessoas. Idiotas, como você.

E então, tudo o que resta é o vazio. O não ser. De que vale viver então? Para existir procurando a razão que não há, da existência que não há, senão para acabar?

Como suportar a existência sabendo que o seu reflexo pode ressuscitar, mas você não? Que você, então, é menos que um reflexo?


Já, a minha sorte foi diferente. Provei da não-existência e voltei. Incontáveis vezes nos últimos dias. Aprendi a apagar a luz e a acendê-la. E como é dura a possibilidade da eternidade. Você será melhor do que jamais foram. Cada fim será um novo começo para você. Boa sorte.


Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Rec Haddock e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização do autor. Entre em contato conosco para maiores informações.
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