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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

E tudo parecia sob controle diante de um teatro lotado

Por Amanda Leal

Estela terminou sua apresentação que nessa altura do campeonato, estava lotando todos os dias e foi para um hotel, onde ficaria até tudo isso terminar. Preferiu jantar sozinha no quarto e diante de uma garrafa de vinho começou a refletir sobre sua vida. Estava abalada com tudo o que havia acontecido, afinal, havia perdido o marido. Fosse ela a culpada ou não, em algum momento (penso eu) a consciência pesaria e a dor viria.  

Refletiu ali sentada, em frente a uma taça já vazia. Se perguntava se não teria sido melhor ter filhos e que talvez, agora, num momento como esse não estivesse se sentindo tão sozinha. Se ao menos sua cobra não tivesse desaparecido (isso acontecera desde o dia do crime) ela teria alguém para quem desabafar. 

O tempo foi passando, a garrafa esvaziando e Estela adormeceu ali. Recostada na mesa, acordou apenas quando sentiu algo gelado se enroscar em sua perna. Abriu os olhos num desespero absurdo e quando recuperou os sentidos pós - sono, vinho e susto, avistou Krya, a cobra.

Vasculhou o quarto procurando alguém, numa mistura de desespero com coragem e imediatamente pegou o telefone e ligou para a polícia. Depois disso, Estela, não conseguiu mais dormir.

Continua...


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