Por Rec Haddock
Acredito
que poucos de vocês saibam, mas já há muito não moro em terras canarinhas ou
tupiniquins. A bem da verdade, se você quer saber, ninguém mais mora nessas
terras, porque os canarinhos e tupiniquins de bom senso que prezaram por
preservar as suas vidas já saíram do Brasil há mais tempo que eu, deixando a
Pátria Brasileira órfã destes filhos.
Mas
por muito tempo, antes da velhice, morei aí, nesta terra do passado. Não digo
isso pelo Brasil ser um país atrasado – o é – mas porque moro a leste da antiga
Ilha da Vera (mulher dita religiosa, mas que na verdade pegava toda rolinha que
pudesse com sua rede), e por isso, para mim, o dia nasce antes e morre antes.
Na
época de minha vida em que ainda morava no Brasil, quando Dilma ainda
governava, muitas coisas esquisitas aconteciam por lá (ou aí, se você estiver
lá). E essa história se passou naquela fase:
Neste
momento você pode escolher ler a fábula que aconteceu de verdade, ou pode
apenas pular pra moral da história se você não quiser saber de mais enrolação.
Se você escolher pular para a moral, pule para a parte do texto onde está
escrito: MORAL! Para fins de proteção dos indivíduos, transformarei todos em
animais, sem simbologia alguma, mas manterei os nomes reais de todos porque,
afinal de contas, um nome é um nome, e vários podem ter o mesmo nome, de modo
que a melhor forma de proteger a identidade de alguém é dar um falso nome real,
ou ainda um nome real falso. Um falso nome falso, por sua vez é o nome real e
tem pouca serventia, porque são poucos os que querem ser quem – ou o que - de
fato são.
FÁBULA:
Certo dia acordei de um sonho maluco. O que sonhei não vem ao caso, mas se
querem tanto saber, o sonho envolvia três lhamas, um vaso de petúnias e a
grande barreira de corais tomando umas cervejas em um pub irlandês.
Quando
acordei percebi que tinha me transformado em um inseto duro e de muitas patas.
O primeiro pensamento que me veio à cabeça – já pensando como o autor que viria
a me tornar – obviamente foi o de plágio. Não queria ser eu o imbecil que plagiaria
Kafka. O meu segundo pensamento foi de que. O meu segundo pensamento foi
interrompido pelo toque da campainha.
FINAL
DA PARTE UM.
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