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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Minimizando as perdas

Por Bernardo Sardinha


Pulei na cama. Era bem tranquila, nem mole, nem dura. Só achei o lençol meio áspero, mas pelo menos estava preso de maneira bem firme na cama. Não seria um vai e vem qualquer que o tiraria. Ela ainda estava no banheiro. Se arrumando. Vocês sabem como é mulher.

Era um motel novo recém-construído no centro e ainda estava no primeiro mês de funcionamento. Esse é exatamente o tipo da novidade que eu adoro.Ar condicionado Split? Show! Não vou mais precisar me levantar para abaixar o ar.Televisão grande com vários canais de putaria, os quais não tenho coragem de assinar…A pista de dança é meio forçada… Só porque tem um globo de vidro e luz estroboscópica não transforma aquele espaço minúsculo em  pista de dança.Quero ver a banheira de hidromassagem. Assim que ela sair do banheiro vou dar uma olhadinha para ver se é realmente tão boa quanto os anúncios dizem.

O celular vibra. O dela ,não o meu. Estava tão afobada para ir ao banheiro que o esqueceu em cima do móvel.Por curiosidade eu dei uma olhada para ver quem era.Era o Wi-Fi do Smartphone dela que havia conectado na rede do motel.Sem pedir senha, sem nada. O que significa que ela já inaugurou esse lugar antes de mim. Que jeito escroto de saber que se é corno. A dúvida agora é se conto que sei de tudo assim que ela sair do banheiro, ou depois para minimizar a perda.



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