Por Rodrigo Amém
- Prrrrr...
- Amor!?!
- Que foi, meu bem?
- Que foi isso?
- Isso o quê?
- Ora, você sabe muito bem do que eu estou
falando!
- Credo, amor! Se eu soubesse não tava
perguntando.
- Eu to falando desse barulho!
- Barulho?
- Não vem que não tem! Você sabe!
- Mas, amor...
- Olha, eu sei que a gente tá junto há muito
tempo. Mas isso é inadmissível!
- Ai, amor! Tudo bem, tudo bem! Eu assumo. Mas
escapou! Precisa fazer esse escândalo todo?
- Precisa! Precisa porque o mínimo que você
pode fazer por mim é demonstrar um pouco de consideração! Vai no banheiro, pô!
- Ora, francamente, acho que você está fazendo
uma tempestade num copo d'água.
- Olha aí! Não dá nem pra entrar debaixo da
coberta! Empesteou tudo!
- Ah, muito engraçado! E você come pétalas de
flores no jantar, né?
- Olha, o que eu como ou deixo de comer não
vem ao caso! Mas você parece que está morrendo! Deus me livre!
- Amor!!!
- Olha, acho que isso é um sinal. A gente deve
dar um tempo. Não estamos preparados para uma relação tão íntima, tão aberta.
Não quero ter que abrir mão dos preceitos mínimos de educação que minha mãe me
ensinou só porque durmo na mesma cama que você.
- Lá vem você colocar sua mãe na conversa!
Quando ela não se mete por conta própria, você põe a velha na história! Aposto
que se ela estivesse aqui estaria gritando "Credo, que pum fedido!"
- Eu não admito que você fale da minha mãe
nesse tom!
Ela jamais usaria esses termos!
- Por quê? Vai dizer que sua mãe não fala
"Pum"?
- Pára com isso!
- Ou vai dizer que sua mãe não peida? Ela é
costurada, é? O gás sai pelos ouvidos? Isso explica o fato dela ter a cabeça
cheia de m...
- Já chega! Eu vou embora. Você é a pessoa
mais asquerosa que eu já tive o desprazer de conhecer! Como eu pude me enganar
por tanto tempo? Bem que minha mãe sempre me disse que a verdade um dia viria à
tona! Adeus!
- Amor! Espere! Por favor! Não quero que você
vá assim. Por favor, há algo que eu queria que você ouvisse antes de cruzar
aquela porta.
- Vai me pedir desculpas...? Acho que é o
mínimo que você pode fazer, se realmente tem um pingo de consideração por mim!
- Na verdade, tem uma coisa que eu quero que
você diga à sua mãe. Acho que seria importante que ela ouvisse isso de mim, mas
vejo que não será possível. Mas, por favor, transmita o recado a ela, meu
amor...
- Que recado?
- Prrrrrrrrrrrrrrr...
Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Rodrigo Amém e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização do autor. Entre em contato conosco para maiores informações.
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