Por Bernardo Sardinha
Da sua janela observava tranquilo
o temporal sacudir o Rio de Janeiro, até que a saudade daquela pessoa querida
bateu no peito e foi se encher de chocolate. Prometendo, mais tarde, jantar
somente um copo de água.
Na hora do jantar pegou um copo
enorme e encheu até a borda. Deu um, dois goles e não se sentiu saciado. Virou
o copo inteiro como se fosse um shot de tequila. Nada. Viu com espanto sua
camisa molhada, e sentiu a água escorrer pelo seu corpo, formando uma enorme
poça no chão. Correu para a geladeira e pegou uma garrafa de iogurte e começou
a beber ali mesmo. De seu peito escorregou todo iogurte, formando no chão da
cozinha uma poça cor de rosa. Era tarde demais. A saudade fez um buraco no seu
peito que nada poderia tapar, nem chocolate, nem água, iogurte e dali em diante
a vida seria mais difícil.
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