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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Quando acordo com chuva

Por Amanda Leal


Debaixo dos meus pés só tem areia.

Esmago cada grão com o peso de um corpo e de uma alma cansada.

É tarde. Chove. O céu está cinza e o mar bate. 

Eu fujo de mim mesma e me concentro no horizonte, olho para a beira do mar e vejo o quão grande é a imensidão de mim mesma. 

Então, eu choro um choro suave e quase sem lágrima, e eu me lembro de um tempo bom com sol e sem nuvens.

O cinza do dia reflete a cor do meu atual coração.

Saudade de estar ao seu lado, saudade de um beijo seu. 

Vontade de cair de um lugar bem alto e de te encontrar lá onde for.

Vontade de fechar os olhos e de estar junto de você.

É estranho sentir essa sensação de morte e saudade por quem ainda está vivo.

Na mesma hora você me liga e eu fico bem, te atendo e abro um sorriso que não abri desde que acordei. 

Só você tem esse poder, de me despertar.

Saio de um sono profundo para ser alguém que quero ser todos os dias. 

- Mas o que houve comigo? - Eu me pergunto, diante dessa linda paisagem nublada. 

Nada. Absolutamente nada. 

É que têm dias que a gente acorda triste mesmo e se sente assim, estranha. 

Dá um medo danado do mundo, fobia das pessoas e uma saudade doentia daquilo que já se tem por perto.

Têm dias que o coração sangra sem motivo e dói sem pancada.

É que têm dias que o coração bate rápido sem nenhuma razão e desacelera enquanto se corre.

Pois apesar de toda dor sem causa que hoje me atinge, a mais pura e verdadeira felicidade também me acomete: a de poder te ver a qualquer hora.


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