Por Marcela de Holanda
Acordou já tarde, mas ainda não queria levantar. Acabou cochilando e foi aí que tudo começou. Foi tão rápido que não conseguiu apreender o contexto. Tinha um homem não identificado em seu sonho e ele dizia a seguinte frase: “Só se a gente fizer ongaronga”. Acordou na mesma hora rindo de si mesma e das suas invencionices durante o sono.
Acordou já tarde, mas ainda não queria levantar. Acabou cochilando e foi aí que tudo começou. Foi tão rápido que não conseguiu apreender o contexto. Tinha um homem não identificado em seu sonho e ele dizia a seguinte frase: “Só se a gente fizer ongaronga”. Acordou na mesma hora rindo de si mesma e das suas invencionices durante o sono.
Por curiosidade, pegou o celular
na cabeceira e pesquisou no Google a tal palavra. Não havia resultado para
ongaronga, mas havia vários resultados para On Garonga. O Garonga Safari Camp,
na África do Sul, era descrito como um safari para a alma. Ficou com aquilo na
cabeça e voltou a pesquisar mais tarde. As fotos do lugar eram incríveis. As
acomodações tinham um clima rústico romântico de frente para uma vista selvagem.
Sentiu-se tentada a arrumar as
malas e ir. Só tinha um pequeno detalhe. Ela tinha medo dos animais. Não só dos
grandes, mas dos pequenos também. Era do tipo que se irritava com mosquito. Ia
fazer o que on Garonga? Mas também era do tipo que acreditava em sonhos e em
sinais.
Ficou ruminando a ideia por
alguns dias até que resolveu mostrar para o marido. O pior aconteceu. Ele amou
a ideia. Ficou animado com a perspectiva como ela nunca tinha visto antes. O
casamento deles não andava muito bem. Ela já tinha tentado, de muitas maneiras,
melhorar a situação e já começava a achar que não tinha salvação.
Não teve coragem de dizer para
ele que na verdade achava que não teria coragem de ir. Disse que daria um jeito
de antecipar suas férias e que ele fizesse o mesmo. Os dois partiriam assim que
possível. Ele topou. Ela começou a ter crises de ansiedade e de arrependimento
todos os dias, mas seguiu em frente com seus planos.
A relação já mostrava bons sinais
de melhora quando os dois embarcaram no avião para a África. Se esse era o
preço a pagar, ela encararia um leão por dia. Ou, no caso, vários leões,
elefantes, hipopótamos, rinocerontes, girafas...
Foi, mas não voltou. Deixou para
trás a pessoa que era para renascer muito melhor. E ele também. Tudo o que
viveram on Garonga tornou os dois cúmplices inseparáveis. Voaram para casa,
prontos para encarar tudo que viesse e esperando o filho que fizeram on
Garonga.
Gostou do que leu? Esse texto é de autoria de Marcela de Holanda e sua reprodução total ou parcial dependem de prévia autorização da autora. Entre em contato conosco para maiores informações.
Os comentários postados abaixo são abertos ao público e não expressam a opinião do blog e de seus autores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela gentileza! Aguardamos a sua volta.