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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Estrada

Por Marcela de Holanda

Não me é permitido lembrar
De onde vim, quem já fui
O tanto de bem e mal que fiz

Não me é permitido lembrar
O que aqui vim fazer
Onde é que devo chegar
Pelo que vou ter que passar

Sei que a direção certa
É para frente e para o alto
E que há forças constantes
Que puxam tudo para baixo
Por isso, o caminho não é fácil

Mas se não percorrê-lo
Nunca chegarei lá
Ficar parada é que não dá
Na infinidade do tempo
Há infinitos maiores e menores
Quero um infinito que me pese menos

Prefiro a dor transitória
Do que a adiada e prolongada
Prefiro a felicidade adiada e prolongada
Do que aquela que não dura nada

Foi-me dado o combustível
Necessário para toda a estrada
E ele não se esgota, se multiplica
O amor que move e faz entrever
O que nos espera lá na linha de chegada.



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