Por Amanda Leal
Sou ariana com família em peixes, ou descendente de peixes, com lua em peixes, sei lá como é que se diz... Eu penso no agora, no presente, eu amo o André. Amo agora! Quero estar com ele agora, fazer tudo por ele agora.
Se ele é natureba, ok, eu como integral. Se ele gosta de acordar cedo pra caminhar na areia, ok, eu vou. Preciso da positividade desse momento a dois. Eu não vou desperdiçar a minha vida pensando no amanhã. O amanhã é hoje.
Deixa eu falar mais dele, bom...Ele é bacana, gosta de curtir o pôr do sol e tomar suco verde. Se energiza com um banho de mar e curte uma corrida no aterro nos fins de semana. Eu tenho espírito aventureiro. Então eu tenho pique pra acompanhar.
Tinha uma época em que eu jogava cartas, uma amiga me disse que era preciso estudar o tarô porque se você conhece as cartas, você conhece a si mesma. Fiquei buscando algum sentido nisso. Por um tempo até. Então, eu fiz. Estudei, eu tentei e não entendi nada, dai passou um tempo e eu desisti. Acho que foi uma coisa de momento, então nem posso dizer que eu tenha uma experiência como taróloga. E também não posso dizer que me conheço o suficiente. Ok. Eu nem sei porquê eu comecei a falar disso.
Ah, eu já disse que sou apaixonada pelo André, né? Estou. Quero dizer,estou. Agora. No momento. Amanhã eu já não sei. O André é bacana e tem uma energia bem boa. Gente bacana tatua um elefante nas costas e ele tem um. Elefante significa poder, paciência, sabedoria e grande energia sexual. Cara, o elefante do André é lindo. Mó vibe boa. Eu gosto.
Quando a Amanda me perguntou se eu queria me confessar aqui eu achei que não tinha nada a dizer. A minha vida é muito maneira, mas eu nunca tinha me tocado sobre os grandes acontecimentos que pudessem gerar uma história irada e ir parar num blog. Ainda mais num blog como o Salada de textos, que tem essa energia ótima. Mas aqui estou.
Eu ontem fiquei refletindo sobre o amor e percebi que amar é a coisa mais relaxante que existe na face da terra e que sexo é apenas a consequência desse amar. Eu não devia ter perdido a virgindade aos 14 com um índio de 18 numa tribo que fui visitar com meu pai no Mato Grosso na época do doutorado dele. Devia ter feito como antigamente, me guardado para o cara ideal e ter exibido ao mundo meu lençol com mancha de sangue depois da noite de núpcias, assim como os ciganos fazem.
Eu era totalmente contra o matrimônio e pregava o amor com liberdade. Eu acho que eu não sabia o que era o amor. Eu achava que sabia. Eu não era muito a fim de ter filhos, pois não me julgava capaz de ser uma boa mãe para eles. Eu realmente achava que uma mãe precisava ter espírito de mãe e eu tinha visto no meu mapa astral que eu não seria mãe nessa vida. Talvez em outra eu pudesse nascer evoluída o suficiente e pudesse, então, encarnar esse espírito mãe.
Desde ontem algo mudou dentro de mim e não foi culpa do pão de queijo de tapioca que eu comi na beira da estrada voltando de um fim de semana no Sana. Algo mudou dentro de mim um pouco antes de comer o pão de queijo. Foi quando o André me disse, na beira da cachoeira, que queria se casar comigo. Eu fiquei no mais profundo choque e a água ficou ainda mais fria nos meus pés e o meu estômago e o coração foram rapidamente apertados por um trovão daqueles que só acontecem em dias de chuva forte.
Eu fui tomada por uma sensação que eu jamais havia sentido, um constrangimento misturado com uma vergoinha boa e uma paz imensa. E a ficha caiu: eu amo esse cara! Eu não o amo como eu achava que amava antes não, eu amo por tudo que a gente viveu e por tudo que ainda vamos viver.
De repente eu quis ser mãe, esposa, amante, dona de casa, porto - seguro, naquela hora eu quis ser dele pra sempre. E desde então eu parei de me deixar levar só pelo momento e comecei a pensar em construir algo com ele para o amanhã. O nosso amanhã. No fundo, como uma boa ariana eu sabia que eu era um pouco egoísta por só pensar na minha felicidade momentânea e por não o deixar entrar de verdade na minha vida a ponto de construirmos algo. Ele forçou. A porta estava aberta e o amor entrou.
Acho que é a primeira vez que falo com alguém sobre isso. Não liguei pra amiga, não falei nem com ele, mas depois daquela experiência do pedido de casamento, estamos mais grudados, sintonizados, eletrizados. E hoje consigo até nos imaginar no amanhã, juntos sentados na orla admirando o pôr do sol, bem velhinhos e ainda muito apaixonados.
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