Por Marcela de Holanda
— Passa a carteira.
— Calma.
— Calma coisa nenhuma. Me dá sua
carteira.
—
Tá aqui.
— Tá achando que pode me enganar? Cadê
o cartão?
—
Tá aí.
—
Não esse. O de crédito.
—
Não sei. Devia estar aí.
—
Eduardo, cadê o cartão de crédito?
— Por que isso agora, amor?
—
Você sabe muito bem.
—
Se você quer comprar alguma coisa, é só me pedir. Eu compro para você.
—
Eu não quero comprar nada.
— Vai fazer o que com o cartão então?
— Picadinho.
—
Tá maluca?
—
Eu que estou maluca? Você compra cinco camisas do Flamengo e quatro
óculos e eu que estou maluca? Eu vi na fatura.
—
Mas não foram cinco camisas iguais. Elas são bem diferentes aliás. E são
perfeitas pra usar na academia!
—
Você precisa se tratar. É sério. Tá virando uma compulsão.
—
Desculpa, amor. Se você quiser eu mando devolver tudo quando chegar.
—
Sério?
— Se é importante para você, eu
devolvo. Só tem uma coisa. Os óculos são para você. Era para ser uma surpresa.
Eu só comprei quatro porque queria que cada um combinasse com uma das suas bolsas
preferidas.
—
Sério?
—
Sério.
—
Bom, se você acha que pode pagar e que o dinheiro não vai fazer falta
agora. Dessa vez passa. Mas se controla. Tá bem?
—
Claro.
—
Toma aqui a sua carteira.
—
Valeu.
—
Te amo.
—
Eu também.
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