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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Pequenas Confissões - texto 8- Pombinha branca

Por Amanda Leal





Era onze e meia quando decidi puxar uma cadeira e conversar com Deus. Certa de que eu estava fazendo o melhor pra minha vida eu comecei a desabafar, eu não podia mais ser a mesma em 2015. Sentada eu estava confortável demais, ainda estava fácil pra mim...Eu não tinha saído da minha zona de conforto e foi então que eu resolvi ajoelhar. Por mais desconfortável que fosse eu precisava fazer um sacrifício, tudo fluiu melhor depois daquilo. Eu sabia exatamente o que dizer e por onde começar. 

Pedi fortemente que no novo ano eu me tornasse uma pessoa melhor, que pudesse compreender com mais facilidade os meus tropeços e não me julgasse tanto, pedi que minha vida fosse mais divertida, pois eu havia sentido que em 2014 eu não tinha rido demais. Pedi que minha paciência pudesse ser grande e que minhas TPM'S fossem brandas e que não atingissem ninguém, se não a eu mesma. 

Então, como que numa revelação eu comecei a visualizar o ano que queria: um emprego que eu gostasse, uma casa simples que eu pudesse pagar, a família tranquila e estabilizada financeiramente. Na verdade o que eu visualizava ali era bem diferente do que eu mesma sonhara até então. 

Em 2014, eu havia pedido muito dinheiro, um carro, um apartamento de cobertura, uma festa de casamento incrível e um emprego que fizesse de mim muito bem- sucedida. Tomada pelo desespero em conseguir tudo isso eu acabei não conseguindo nada, não sai do lugar. Fiquei parada à espera de um milagre. 

Com o coração cheio de emoção, eu fui sincera e desabei em silêncio e profunda concentração. Podia sentir uma energia boa naquela noite, não só por conta da virada do ano, mas uma energia especial, energia essa que eu não sentia há um tempo. Só abri os olhos quando os fogos começaram e quando meus amigos e parentes me abraçaram e desejaram feliz ano novo. 

Na janela, vendo os fogos refletirem no mar o meu amor me abraçou tão forte que eu poderia ficar assim por horas sem me mexer. Foi uma sensação de completude e de paz tão deliciosa quanto à brisa da manhã. E como que num passe de mágica, uma pomba branca passou na nossa frente na janela do décimo andar. Não sei se assustada com os fogos e desesperada para encontrar abrigo nas coberturas dos prédios da cidade, ou se porque simplesmente veio colorir o cenário a nossa frente. 

Tudo ficou mais bonito a partir daquele momento, voltei a sentir certeza de mim mesma e vi que muita coisa já havia se modificado naquele comecinho de ano. Levantar da cadeira e ajoelhar foi apenas o início, olhar para trás e enxergar o tanto que já deu certo e o tantão que ainda precisa mudar foi mágico. 

Revi minha vida e fiquei feliz,estou caminhando. Sei que não foi à toa que Deus me chamou para conversar, acho que 2015 vai ser o ano! E por mais que a maioria diga que a pomba branca estava ali por acaso, eu tenho sérias desconfianças. Deus sabe de todas as coisas...


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